No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta sexual humana.

A relação sexual pode ser dividida em 4 fases:

1- DESEJO

Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade sexual.

2 EXCITAÇÃO

Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo desejo. Junto com sensações de prazer, surgem alterações corporais que são representadas basicamente no homem pela ereção (endurecimento do pênis) e na mulher pela lubrificação vaginal (sensação de estar intimamente molhada).

3-ORGASMO

É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que ocorre após uma fase de crescente excitação. No homem, junto com o prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais segurar a ejaculação, e então ela ocorre; e na mulher, ocorrem contrações da musculatura genital.

4-RESOLUÇÃO

Consiste na sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral que ocorre após o orgasmo que, para os homens em geral, associa-se ao seu período refratário (intervalo mínimo entre a obtenção de ereções). Na mulher, este período refratário não existe: ela pode, logo após o ato sexual ter novamente desejo, excitação e novo orgasmo, não necessitando esperar um tempo para que isso ocorra novamente.

DESEJO

Libido (do latim, significando “desejo” ou “anseio”) é caracterizada como a energia aproveitável para os instintos de vida.

A libido ou desejo caracteriza-se pela fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade sexual.

A obra de Sigmund Freud retoma o conceito de libido e lhe confere um papel central. Em seus primeiros trabalhos a libido, é o impulso vital para a auto-preservação da espécie humana, e compreende a libido como a energia sexual no sentido estrito, como o fenômeno do “impulso” do desejo e do prazer e masturbação.

Disfunções Sexuais Femininas

Na mulher, as disfunções sexuais mais comuns são: as inibições do desejo sexual, a anorgasmia, o vaginismo e a dispareunia.

I-A falta de libido é referido como frigidez.

As inibições do desejo sexual ou transtorno do desejo sexual hipoativo, constitue a falta ou diminuição da motivação para a busca de sexo, ou seja, a pessoa não tem vontade de manter relações sexuais.

Isso ocorre mais comumente devido a:

1-problemas no casamento (brigas, desentendimentos quanto ao que cada um espera do relacionamento)

2- falta de intimidade: muito freqüente nas mais jovens, quando uiniciam a atividade sexual e ainda estão inseguras

3- tabus sobre a própria sexualidade, como, por exemplo, associações de sexo com pecado

4- Inibições decorrentes de traumas sexuais (abuso sexual, estupro)

5- doenças e o uso de certas drogas e remédios a maioria das doenças acabam tirando parte da energia do corpo, e a mulher fica sem ânimo para ter relação

Outras doenças como a depressão podem também são responsáveis pela diminuição da libido

E finalmente alguns medicamentos, dentre eles os antidepressivos, atuam inibindo a libido

6- problemas hormonais

A falta de hormônio, freqüente na menopausa, pode diminuir a lubrificação e causar dor à relação ( dispareunia). Com o avançar de idade, após os 70 é freqüente a atrofia vaginal , isto é, a vagina fica muito estreita e impedindo a penetração, com risco de apresentar sangramentos

7-stress, cansaço, sobrecarga no trabalho

Tudo isto acaba provocando redução na libido. É freqüente problemas econômicos prejudicarem tanto a libido da mulher como o ereção ou orgasmo no homem

8-maternidade

No puerpério ocorre modificação nos níveis hormonais e consequentemente leva a diminuição da libido e da lubrificação. Ainda após o parto a mulher fica cansada devido à dedicação ao filho, o que a impede de relaxar para ter relação.

II- Excitação

– A diminuição da excitação produz impotência sexual (ou disfunção erétil) em homens e dores (dispareunia) em mulheres, além de vaginismo, ainda mais grave, pois em muitos casos a penetração torna-se impossível e em casos ainda mais graves só a cirurgia do músculo vaginal será capaz de viabilizar a penetração.

III- Orgasmo

A anorgasmia ou disfunção orgásmica é a falta de sensação de orgasmo na relação sexual. Pode ser primária, quando a mulher nunca teve orgasmo na vida, ou secundária, quando tinha orgasmos e passou a não tê-los mais. Ainda pode ser classificada em absoluta, quando a anorgasmia ocorre sempre, e situacional quando ocorre só em certas situações (por exemplo, ou com parceiro com o qual tenha algum tipo de conflito). A mulher com anorgasmia pode aproveitar plenamente das outras fases do ato sexual, isto é, tem desejo, aproveita as carícias e se excita, porém algo a bloqueia no momento do orgasmo.

As causas da anorgasmia são principalmente psicológicas, envolvendo problemas nos relacionamentos interpessoais, conflitos a respeito da sexualidade, falta de conhecimento do próprio corpo e sensações, dificuldade na intimidade e comunicação do casal em assuntos sobre sexo. Problemas clínicos também podem causar anorgasmia, por exemplo, acidentes que atingem a medula espinhal, alterações hormonais, corrimentos vaginais freqüentes ou ainda anormalidades na forma da vagina, do útero ou dos músculos que formam a região pélvica (região onde se situam os órgãos genitais).

O vaginismo é uma contração inconsciente, não desejada, da musculatura da vagina .Essa contração atrapalha ou impede a introdução do pênis, a qual, se for tentada causará muita dor, sendo que na maioria das vezes o casal não consegue ter ato sexual com penetração.

Pode ser conseqüência de uma educação rígida que provocou muitos tabus sexuais gerando conflitos psicológicos, conseqüência de traumas sexuais (estupro ou abuso sexual) ou de experiências sexuais anteriores que tenham causado sofrimento físico.

O diagnóstico é feito em geral pelo ginecologista, através do relato da paciente e também pelo exame ginecológico. O tratamento consiste em identificar e tentar modificar a causa do vaginismo.

Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e consiste na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento do ato sexual e no entendimento das causas psicológicas associadas.

A dispareunia é a dor genital que ocorre repetidamente antes, durante ou após o ato sexual.

As causas mais comuns são doenças ginecológicas (endometriose, inflamações pélvicas, ou alterações no formato da vagina) ou contração da musculatura vaginal durante o ato sexual, devido a conflitos psicológicos relativos à sexualidade.

O diagnóstico em geral é feito pelo ginecologista, também se faz pela análise das queixas da paciente e do exame ginecológico e o tratamento será de acordo com a causa, isto é, tratamento para a doença diagnosticada, feito em geral pelo próprio ginecologista ou tratamento com psicólogos ou psiquiatras, quando o problema for decorrente de conflitos psicológicos.

Esse tipo de tratamento é feito por ginecologistas ou terapeutas sexuais, e consiste:

-no entendimento das causas psicológicas

– na realização de exercícios genitais com a intenção de conseguir o relaxamento da pessoa, tentando evitar que ocorra a contração no momento do ato sexual.

Disfunções Sexuais Masculinas

As disfunções sexuais masculinas mais comuns são: a disfunção erétil (impotência) e a ejaculação precoce.

A disfunção erétil conhecida como impotência, consiste na incapacidade em obter ou manter uma ereção que permita manter uma relação sexual, ou seja, o homem não consegue que seu pênis fique e permaneça duro e assim consiga ter relação sexual com penetração.

As causas mais comuns são:

-doenças como diabetes, pressão alta, colesterol alto

-traumas ou acidentes envolvendo a medula espinhal ou o próprio pênis

-fumo, uso de drogas e alguns medicamentos (principalmente aqueles usados para tratamento de problemas do coração)

-abuso de álcool

-causas psicológicas (medos ou tabus em relação à sexualidade)

No homem a dificuldade em atingir o orgasmo leva ao diagnóstico de retardamento da ejaculação e mulheres ao diagnóstico de anorgasmia.

Diagnóstico e tratamento, devem ser feitos pelo sexólogo, que geralmente é um psicólogo com especialização em sexualidade humana e psicoterapia sexual, ou por um médico, que geralmente é urologista ou ginecologista, mas deve-se exigir que tenha especialização em sexualidade humana. A psicoterapia é recomendada em aproximadamente 80% dos casos e será feita pelo psicólogo sexólogo.

O médico avaliará as causas e se estas forem orgânicas fará o tratamento medicamentoso ou cirúrgico.

Medicamentos como o Viagra devem ser evitados, pois disfarçam a existência de problemas sem resolvê-los. Este disfarce é temporário e mais tarde o problema deverá ser enfrentado, quando já estará mais grave.

O paciente poderá ser encaminhado ao urologista (especialista que trata esses casos), onde certos exames podem ser feitos para descobrir a causa da impotência.

O tratamento dependerá da causa. Para alguns casos de impotência existem medicamentos ou injeções intrapenianas, que deverão ser usados apenas com prescrição médica, pois são indicados para casos específicos. Próteses penianas ficariam como última opção, pois uma vez colocadas não há como retirá-las, e são indicadas apenas quando nenhuma outra opção funcionou.

É importante lembrar que muitas vezes fatores psicológicos podem causar disfunção erétil. Conversar sobre esses conflitos internos com psicólogo ou psiquiatra podem resolver o problema sem ser necessário outros tipos de tratamento.

A ejaculação precoce acontece quando o homem não tem controle sobre sua ejaculação, não conseguindo segurá-la até o final do ato sexual, o que leva a uma redução na sensação de prazer. Assim, a ejaculação pode ocorrer logo que o homem tem pensamentos eróticos e ereção, sem nem ocorrer a penetração, ou ainda logo após haver a penetração. A ejaculação precoce pode ser decorrente de causas físicas (doenças, traumatismos) ou mais comumente de problemas psicológicos. Quando o homem nunca teve controle ejaculatório, o mais comum é que seja por causas psicológicas (como ansiedade, primeiras experiências sexuais tensas ou ainda dificuldades no relacionamento do casal). Mas quando o homem tinha controle ejaculatório e passou a não ter mais, é necessário fazer exames com um urologista e neurologista, pois mais provavelmente a causa do problema é física. O tratamento depende da causa: tratamentos específicos para as doenças encontradas ou lesões diagnosticadas, feitos pelo urologista ou neurologista; ou psicoterapia (tratamento psicológico) para os problemas psicológicos, com psicólogo ou psiquiatra.